"When I despair, I remember that all through history the way of truth and love has always won. There have been tyrants and murderers and for a time they seem invincible, but in the end, they always fall — think of it, always." Mohandas Gandhi
In a time of universal deceit - telling the truth is a revolutionary act. George Orwell

Monday, October 08, 2007

Considerações sobre artigo do Dr. Pacheco Pereira

Após ter lido o artigo "UMA UNIÃO EUROPEIA SEMIDEMOCRÁTICA, SEMIEUROPEIA, SEMIUNIÃO" no Abrupto de Pacheco Pereira ocorre-me dizer o seguinte:

Relativamente ao artigo que acabei de ler no seu blog, apesar de no essencial concordar com o que afirma tenho algumas questões e observações a fazer, vamos por pontos.

Acredito que já tenha escrito muito sobre a possível entrada da Turquia na UE peço desculpa mas realmente não tenho acompanhado o que eventualmente escreveu, como tal, gostaria de saber a sua opinião uma vez que neste artigo não fica claro se tem alguma objecção à entrada.

Coloco esta questão porque depois de ter lido este artigo "The Highjacking of a Nation" * http://nswbc.org/Op%20Ed/Part2-FNL-Nov29-06.htm * de uma ex-agente do FBI, Sibel Edmonds, esta coloca questões e faz afirmações sobre a Turquia que me levam a achar que a UE não deveria tomar a atitude de aceitar um estado membro com estes, digamos problemas.

Não quero ser hipócrita, é óbvio que não há estados bons e maus, mas sinceramente um estado que "Since the 1950s Turkey has played a key role in channeling into Europe and the U.S. heroin produced in the "Golden Triangle" comprised of Afghanistan, Pakistan and Iran. These operations are run by mafia groups closely controlled by the MIT (Turkish Intelligence Agency) and the military. According to statistics compiled in 1998, Turkey's heroin trafficking brought in $25 billion in 1995 and $37.5 billion in 1996. That amount makes up nearly a quarter of Turkey's GDP. Only criminal networks working in close cooperation with the police and the army could possibly organize trafficking on such a scale. The Turkish government, MIT and the Turkish military, not only sanctions, but also actively participates in and oversees the narcotics activities and networks." não creio que deva fazer parte da UE pelo menos enquanto a UE não se assegurar que esse estado não vai colocar ainda mais em causa a segurança dos outros estados que a compõem.

Não vamos também ser hipócritas tudo isto se passa com a benevolência, aceitação e porque não dizê-lo do oportunismo e controlo por parte da CIA.

Quanto às minhas observações, têm a ver com uma frase desse artigo, "Os franceses e as suas "excepções" são a vanguarda de uma Europa que ergue fronteiras face ao Google, à Microsoft, aos transgénicos, ao iTunes, aos filmes de Hollywood, mas também ao chá moçambicano, aos vinhos sul-africanos, ao algodão egípcio, aos produtos agrícolas africanos e... ao canalizador polaco."

Indo por partes, relativamente à área da informática, eu não creio que a Europa erga fronteiras contra a tecnologia, nomeadamente a produzida por estas duas enormes empresas, creio que a UE tem o dever de zelar pelos interesses dos europeus e nessa medida na minha modesta opinião deve dar liberdade a quem na UE queira competir com essas empresas, ora bem, essa liberdade só pode ser exercida se existirem regras claras no mercado.

Como todos sabemos elas não existem, no que à microsoft concerne, já todos sabemos que esta empresa não joga limpo, subverte todas as regras do mercado e até vai contra as leis desse mercado em virtude do seu monopólio conseguido não à custa da qualidade dos seus produtos mas sim das suas manobras de bastidores e ameaças às empresas quer de software concorrentes quer de hardware.

Ora senão vejamos, neste momento a microsoft anda muito atarefada em mais uma das suas habituais batalhas de bastidores para aprovação do OOXML, um suposto formato de ficheiros aberto, mas que de aberto nada tem.

O Dr. Pacheco Pereira por certo não aceitará que se subverta as regras do jogo, como ficou bem patente quer em Portugal quer em outros países do mundo, embora em alguns desses países ainda se consiga vislumbrar alguma réstia de decência uma vez que as pessoas foram demitidas dos cargos que exerciam por terem, digamos, sido compradas pela microsoft.

Mas infelizmente no nosso país tudo se passou como algo perfeitamente normal, ou seja, para a votação de Portugal relativamente ao tal formato OOXML, o correcto seria haver uma comissão técnica independente que avaliaria o formato pelo seu mérito e daria uma resposta às entidades ISO/IEC que regulam internacionalmente estes assuntos, pois bem no nosso país essa comissão técnica era presidida pela microsoft, não será pois novidade que essa suposta comissão tenha decidido que tudo estava bem e como tal deu o sim.

"Diz NÃO ao OOXML: Comité presidido por Microsoft decide em seu favor" - http://blog.softwarelivre.sapo.pt/2007/07/31/diz-nao-ao-ooxml-13/ - bem como "Appeals Court Rules that Deceptive Conduct in Standard Setting can Violate Antitrust Laws" - http://www.consortiuminfo.org/standardsblog/article.php?story=2007090607324049 - e para terminar "What Happened in Germany" - http://www.groklaw.net/article.php?story=20070824123112581 -

Quanto ao resto do seu parágrafo eu não concordo que a UE erga fronteiras contra o que quer que seja, apenas deve ter regras muito claras de como os mercados devem funcionar, permitindo a livre circulação quer de bens quer de pessoas no seu espaço, não permitindo a existência de monopólios e tendo em conta que me parece concorrência desleal face aos produtos europeus por exemplo os têxteis ou outros produtos vindos da China e outros países onde não existe uma única protecção aos trabalhadores desses países, basicamente onde se pratica mão de obra escrava.




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